Estava pronta para mais uma guerra. A armadura posta, e as armas ao seu alcance. Hoje seria a pior de todas, teria de enfrentar os monstros que já foram seus iguais com seus olhos vermelhos e assustadores. Sua armadura era sua melhor roupa, juntamente com o lápis preto fortemente traçado para destacar seus olhos. Suas armas eram suas palavras, seu sorriso e seu olhar. E os monstros eram as pessoas ao seu redor. Aquelas que um dia já a acompanharam nas conversas, gargalhadas e bobagens. Mas hoje, viraram os monstros traidores, contaminados pelo vírus do ódio. Aquele vírus, que ela sabe, foi ela mesma quem criou.
A guerra repetia-se todos os dias, porém, nem todas as batalhas ela tinha força para encarar. Havia dias em que deixava sua armadura no seu forte, e outros em que preferia não usar suas armas. Calava-se, e se escondia em lugares onde os olhos inimigos não a pudessem ver. Para a sorte da guerreira, seu cavaleiro negro estava sempre lá para protege-la. Ele usava da melhor arma que dispunha: o abraço. A guerreira virava princesa, e deixava com que as lágrimas doces brotassem em seus olhos e rolassem pela face. Ele a fazia sorrir, e quando a princesa levantava o rosto, já tornara-se guerreira novamente.
Todavia hoje, após muitos dias de fraqueza, a guerreira voltaria a lutar. Com sua armadura e suas armas. Não se deixaria abater, pois a guerra ainda não terminara. E ela continuará a lutar, contra os monstros que ela mesma criou, ao lado de seu cavaleiro negro. Pondo-se posta ao que vier, pequenas ou grandes batalhas, pois a força estava ao seu lado. A força era ela. Continuaria a lutar, por todos os dias de sua vida.
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