terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Será que somos felizes?

  Somos felizes por comprar nossa TV de cinquenta polegadas, assinar TV via satélite e poder olhar nosso seriado favorito comendo brigadeiro? Somos felizes por tirar notas boas ou conseguir uma promoção no emprego? Somos felizes por comprar o carro do ano, ter uma piscina e ir para a praia nas férias? Não sei. Não tenho metade disso. Como teria, se nem 18 anos eu tenho?
  Seria eu feliz com meus 18 anos feitos? Com a possibilidade de fazer uma carteira, poder comprar bebida (sabemos que isso já era possível, mas, digamos "legalmente") e sair de casa sendo responsável por mim mesma? Não sei. Me diga você com seus 18 anos aí, alguma coisa mudou? É só mais uma idade, sabemos disso. E eu nem gosto de fazer aniversário.
  Felizes mesmo, éramos quando não precisávamos de todas essas coisas para nos satisfazer, quando um simples galho em forma de "arminha" fazia toda uma brincadeira. Quando acabavam os programas chatos da manhã, e começavam nossos desenhos favoritos. Ah, aqueles desenhos que nenhuma criança de agora vai saber como era. A nossa felicidade estava em não ligar para as coisas, porque não éramos pressionados por nada e por ninguém. A única coisa que cobravam de nós (e viva o machismo - que fique clara a ironia) é que as meninas usassem rosa e brincassem de boneca, e os meninos usassem azul e brincassem de carrinho.    Hoje não. Hoje temos que ter um carro, casa, emprego, estar na moda, ter filhos, ser bem comportado, politicamente correto, e afins. Mas que bosta? Isso não me faz feliz. A sociedade que se foda.
  Você é feliz? Sei lá cara. Se todas essas coisas o satisfazem, então aproveite. Entretanto, se você é como eu, e não vê sentido algum em todas essas futilidades, passe a não ligar para tudo que cobram de você, e encontre a sua felicidade. Num pôr-do-sol com os amigos, ou nas notas de um violão tocadas num dia chuvoso. Nas folhas das árvores caindo no outono, ou no vento gelado de inverno. Não importa. Na verdade, tudo o que eu disse não é um texto de auto-ajuda, ele também não importa. Just be happy.

Um comentário:

  1. Gostei do texto, talvez porque eu seria capaz de escrever algo parecido.

    Ele resume um pouco do que eu penso, a não ser a parte do "A sociedade que se foda", porque, querendo ou não, nós a somos (talvez a ideia seja "Fodam-se certas linhas de pensamento" e eu entendi errado haha). Cabe a nós fazermos algo pra mudar se não gostamos. Mesmo que seja mudar apenas a nossa vida e o modo como pensamos, e daí vem o último parágrafo. Legal mesmo. ;)

    E é por isso que eu defino felicidade como "paz de espírito" (não sei se está em algum dicionário ou se essa definição talvez seja minha, simplesmente não lembro). É aquela coisa de olhar pra si mesmo e dizer: eu me sinto bem comigo. Com o que eu faço, com o que digo, com o que sou. Comprar uma TV, isso no máximo pode ser chamado de alegria ou euforia momentânea.

    Ótimo texto!

    Abraço!

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