domingo, 30 de outubro de 2011

Mas foda-se

   Sei que faz tempo que não posto alguma coisa, mas estou aqui outra vez, como se diz, "passando para dar um oi".
   Me deparei a pouco com uma frase que costumo dizer muito: "mas foda-se" Uso ela geralmente depois de alguma frase que venha de encontro a algo que faço. Por exemplo: Esse texto ficará horrível, mas foda-se.
   E por que escrever um texto falando sobre meu vício linguístico? Bom, queridos amigos, porque eu acho que dizer "mas foda-se" faz bem. No geral, dizer "foda-se" já é bom, mas essa frase é melhor ainda. Veja o que está por trás, é como ignorar qualquer fato que possa vir a interromper o que você deseja fazer, ignorar o que vão pensar, simplesmente fazer o que você quer fazer, e que se foda quem achar ruim.
  Pode não fazer muito sentido, e até parecer um costume ruim. Entretanto, pense bem, as vantagens de dizer isso são muitas. Faz bem, tente. Não é nem pelo "mas foda-se" em si, mas pelo ato de deixar de lado o que possam dizer, e muitas vezes nossos próprios problemas. Conte seus problemas, e no final diga "mas foda-se" e pronto, passou. É loucura, mas funciona.
   Mas enfim (essa é outra que uso muito, mas outro dia falo sobre ela ) sei que para o tempo que fiquei sem postar, esse não é um dos melhores textos, mas foda-se.

domingo, 2 de outubro de 2011

Um conto de pessoas comuns - Capítulo final


Naquela tarde Alice foi ao parque, preparada para fazer várias perguntas, mas quando encontrou Henrique teve a visão de uma pessoa pálida, sem vida. Ele estava péssimo.
  - O que houve com você? - Disse ela abraçando-o, enquanto as lágrimas corriam por sua face.
  - Tenho alguns problemas com a minha família, não queria que você sofresse por isso.
  - Mas, eu sofri mais por estar longe de você.
  - Eu também, você não imagina o quanto. Achei que poderia simplesmente sumir, sem deixar mais sequelas em sua vida, mas não consegui. Tive que encontrar uma forma de vê-la, pela última vez.
  - Última vez? - agora seu choro, havia se tornado um soluçar descontrolado - Eu quero estar ao seu lado todos os momentos, não importa se eles forem bons ou ruins.
  - Acredite, você não quer.
  - Henrique, eu o amo. Sei que nunca havia dito isso a você, mas eu o amo, desde o primeiro sorriso que você dedicou a mim.
  "Então ele colocou a mão dela sobre a palma da sua própria mão, segurou-a com força e levou as duas mãos ao seu peito, de modo que ela pudesse sentir as batidas de seu coração. O coração dele batia forte. Ela estava olhando diretamente para a sua mão junto a dele, quando levantou o olhar e percebeu que ele a olhava com uma expressão terna e doce. Ela estava com um olhar desolado. Ele a abraçou forte, e quando a soltou, passou a mão pelo seu rosto, e a beijou. Ainda podia sentir o gosto salgado das lágrimas que ela havia derramado."
  - As coisas estavam complicadas para mim. Tenho uma família complicada, uma vida difícil, não queria que você sofresse comigo. Sabe, foi extremamente complicado para mim, ficar longe de você. Não imagina por quantas vezes quis a ter ao meu lado, ter seu abraço. Todas as manhãs sentia falta do seu cheiro, da sua voz, do seu rosto...Queria saber como estava, a fazer rir, cuidar de você. Minha pequena, eu me afastei para o seu bem, e pelo mesmo motivo, é melhor eu continuar distante. Eu não poderia a amar, por isso tantas vezes deixei de ir vê-la, mas era quase impossível não a ver mais, mesmo assim, aos poucos fui tentando me afastar, não totalmente, minha alma continuava com você, e por isso, não fui capaz de ficar longe por muito tempo.
  - Mas Henrique, eu não me importaria de sofrer, e certamente não sofreria, pois estaria contigo, seu amor me daria forças.
  - Sabe que isso não importa, é tudo bem mais difícil. Minha mãe já não está comigo, meu pai está doente, preciso trabalhar e cuidar dele. O mundo é injusto Alice, e também muito egoísta, as pessoas veem que estou sozinho, que preciso de ajuda, mas seguem sua vida como se nada estivesse acontecendo. Muitos apenas sabem aproveitar-se e depois me abandonar.
  - Não sou assim, sabe que vou estar sempre com você.
  - Não falava de você. Siga sua vida, eu enfrento isso sozinho.
  - Henrique, preste atenção: sua situação é complicada, sim, mas existem pessoas sofrendo bem mais, e não falo de mim. Saiba que não pode enfrentar tudo sozinho, e eu estou aqui para te ajudar. O mundo é egoísta sim, mas não generalize, há exceções.
  - Desculpe.
  - Agora, se deseja a felicidade, venha ser feliz comigo.
  - E eu que pensei que seria eu quem cuidaria de você.
  Ele a abraçou, e foi assim que ficaram durante muito tempo. Duas almas já seladas para viverem juntas, agora encontram-se de verdade. Um  conto de pessoas comuns, com problemas tristezas, e alegrias, afinal, a vida não é um conto de fadas, nem uma total comédia romântica, é apenas a vida, mas se desejarmos, podemos fazer dela o que quisermos.

sábado, 1 de outubro de 2011

Um conto de pessoas comuns - Capítulo IV


  Alguns meses se passaram, já era o fim do inverno. Alice ainda sofria, mas de certa forma havia se conformado. Apenas se conformado. Quando, em uma manhã, alguém sentou-se ao seu lado.
  - Você deve ser Alice, não?
  - Sim, sou eu, por que?
  - O Henrique pediu que eu a entregasse algo. - estendeu a Alice um papel.
  - Obrigada.
  Era um bilhete:

         Minha pequena,
Sei que já faz muito tempo, não deve mais dar importância para tudo que vivemos, mas gostaria de vê-la outra vez, pela última vez. Encontre-me no parque hoje a tarde, estarei lá.
                                                                                                                   Henrique