quinta-feira, 4 de julho de 2013

Tipos de Calor

Era um dia típico de janeiro aqui no Rio Grande do Sul: insuportavelmente quente. Mais ou menos quarenta graus à sombra, e eu no meu apartamento minúsculo, na frente do meu ventilador, ouvindo aquele constante “nhec-nhec”. Uma sinfonia que deveria receber o prêmio por ser a mais irritante da história. E meu ar-condicionado... Ah é, eu não tenho um.
Finalmente eu tive a brilhante ideia de ir para o shopping, lá a temperatura é sempre agradável, e ainda poderia ir no cinema ver o filme que eu estava afim. Mas quando cheguei lá percebi que eu não era o único gênio daquela cidade, na realidade, pensei nisso demasiado tarde. E a fila do cinema, a do meu filme de interesse especialmente, estava enorme! Por mais esperado que fosse, não desisti, afinal, sou brasileiro. Não fui ao cinema, entretanto, fui ao Burguer King, comprar um refrigerante, e reabastecer o copo por mais de uma hora. Era assim, que eu iria sobreviver ao dia mais quente da minha vida.
E falando em quente, naquele dia conheci uma guria que estava com muito calor! De uma forma bem decente, mostrava suas pernas maravilhosas a todos. Não sei exatamente o porquê, mas ela atirou o copo vazio dela em mim, quando percebeu que eu a olhava constantemente. Poxa moça! Você era a única alegria do meu dia, agora tem Pepsi na minha camiseta nova. No entanto, tive outra “ideia brilhante”, fui devolver o copo a ela. E por que? Eu devo ser realmente burro, porque ela me perguntou primeiramente se eu era algum tipo de maníaco sexual, e depois se eu era retardado, por ainda estar insistindo.
Qualquer um teria ido embora, mas eu não. Estava cheio de “ideias brilhantes” naquele dia. Perguntei a ela se ela queria o meu refrigerante e a minha nota, já que o copo dela, ela havia desperdiçado em um idiota como eu. E acreditem ou não, ela riu. Riu tanto que eu já não sabia se a tinha conquistado, ou se ela estava rindo da minha cara. Mas eu ri também, na dúvida, sempre faça o que os outros estão fazendo. Depois de uns cinco minutos rindo, e eu já não conseguindo mais forçar a gargalhada, ela me perguntou se eu não preferia pagar um sorvete a ela. Claro que eu disse sim, né? Tinha certeza de que ela estava na minha.
Levei ela ao Mc Donald’s, comprei uma casquinha mista para cada um, sentamos, e começamos a conversar. Ela era muito divertida, tinha um jeito meio moleca sem deixar de ser feminina. Eu tive certeza de que rolava um clima entre nós, me aproveitei que ela havia sujado o canto da boca, e me ofereci para “limpar”, quando fui me aproximar para dar o beijo nela. Ela me afastou com a mão, se levantou e disse: “Você é um cara muito legal, gatinho, mas em relação a calor, o meu eu sinto pelas mulheres também.”

Fiquei pasmo, e não lembro como voltei para casa naquele dia. Talvez eu tenha desmaiado com a pressão baixa, e alguém da minha família me levado do hospital para casa. Mas enfim, isso é indiferente.

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