segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Chuva

  Hoje quando eu acordei e olhei para o céu pela janela do meu quarto, achei que seria um dia chuvoso. Provavelmente não fosse chover, mas eu queria que sim, eu queria um temporal. Um temporal que levasse todas as minhas mágoas e tristezas, que unisse a minha e todas as famílias em uma falta de luz. Eu queria fazer um piquenique em volta de uma vela, sentada no chão da sala, dentro de uma casa escura com a minha família. Queria acreditar por alguns segundos que as coisas são fáceis, que não há pessoas morrendo lá fora, não há corações sendo partidos, filhos sendo abandonados, e muitos outros problemas do mundo. Fingir, talvez, que vivo em um mundo perfeito, onde todos são extremamente felizes, e que a única coisa que os faz chorar é quando se machucam fisicamente, como quando somos criança.
  Eu queria que chovesse, para que eu pudesse olhar para aquela chuva e escrever algumas músicas ao lado do meu violão, músicas que nunca mostraria para ninguém. Eu só queria que chovesse, para acentuar a nostalgia do meu dia, ou apenas para unir minha família. E como um choro de criança, eu sei que chover não mudaria nada, mas pelo menos aliviaria a dor de quem chorou, e nesse caso, de quem desejou que chovesse.

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