terça-feira, 5 de abril de 2011

- Posso fazer uma pergunta?

  Era uma tarde de domingo, eu estava sozinha em casa. Na TV passava o Domingão do Chatão, e não moro perto de nenhuma locadora. Meus amigos tinham ido para a praia. Nessas condições de tédio decidi ir até a praça observar as pessoas.
  O lugar fica a poucas quadras do meu apartamento estilo caixinha de fósforo. Em pouco tempo já estava sentando em um banco em frente às crianças brincando.
  Foi então que um homem se aproximou de mim e perguntou:
  - Boa tarde moça, posso fazer uma pergunta a você?
  Obviamente me assustei com toda essa indecência e curiosidade.
  - Claro que não! Não vou contar nada de mim a você.
  - Mas moça, eu só quero fazer uma pergunta.
  - Que indecência! Ainda insiste na maldita pergunta. Já disse que não vou revelar nenhum segredo íntimo meu a você.
  - Moça, eu só queria saber se você...
  - Eu o que? Não vou contar nada assim sem nem mesmo o conhecer. A que nível chegamos meu Deus?
  - Minha senhora, preste atenção, eu só queria fazer um pedido.
  - Ah, um pedido? Pois a resposta é não meu querido, não vou sair com você!
  - Não, não. Não é isso...
  - Não é isso? Sei muito bem o que é. Você quer me levar para jantar, me embebedar, me levar para o Motel e depois me largar lá sozinha. Conheço bem seu tipo.
  - Moça, você está errada, eu não quero levar você para jantar...
  - Então já quer me levar pra cama logo? Ah, me poupe. Vou ir embora antes que me aborreça mais com tipos como você.
  Já não aguentava mais aquela situação. Levantei do banco, e quando virei as costas, ele disse:
  - Mas eu só queria que você cuidasse do meu cachorro, enquanto compro sorvete...
  - Ah...é....isso? Por que você não disse logo?
  Até hoje não entendi a expressão tão irônica dele quando fiz essa pergunta.

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